Intervenção de Manuel Rodrigues

Energia redobrada<br>para prosseguir Abril

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Quarenta anos depois da Revolução de Abril e 25 anos após a aquisição deste magnífico terreno da Quinta da Atalaia, a Festa do Avante! aqui está, de novo pelas mãos militantes deste grande colectivo partidário.

Festa que a Revolução de Abril tornou possível, festa do órgão central do PCP, o Avante!, que se orgulha de ter sido o jornal que, no mundo, mais tempo resistiu, em condições de clandestinidade, na luta organizada do PCP, dos trabalhadores e do povo português no combate à ditadura fascista. Na Revolução de Abril, foi a voz das massas e da aliança povo-MFA, na sua luta pelas conquistas da Revolução. Continuou a ser o órgão central do PCP, o Partido da luta por uma democracia política, económica, social e cultural, que a Constituição da República de 1976 consagrou. Com o início da recuperação capitalista, latifundista e imperialista, de liquidação das conquistas de Abril e de reconstituição, restauração e reconfiguração das estruturas sócio-económicas do capitalismo monopolista de Estado, de ataques brutais aos direitos dos trabalhadores, do povo e do País, de graves limitações e comprometimento da soberania e independência nacionais, o Avante! é o porta-voz da resistência, das lutas dos trabalhadores e do povo contra a política da direita com a qual PS, PSD e CDS têm vindo a afundar o País.

Hoje como sempre, na sua gloriosa e heroica história, o Avante! como órgão central do PCP é o porta-voz da denúncia dos perigos e ameaças sobre o regime democrático, da destruição do nosso aparelho produtivo, das políticas de empobrecimento e de exploração, e é, em simultâneo, o porta-voz da luta por uma ruptura com esta política e por uma alternativa política patriótica e de esquerda, a luta por uma democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal, parte integrante da luta pelo socialismo e o comunismo.

Esta é, por isso, com orgulho, a Festa do Avante!, a festa do Partido da classe operária e de todos os trabalhadores, a festa do povo, a festa dos democratas e patriotas, a festa de Abril, a festa da juventude, a festa da luta, a festa do futuro.

Como afirmou o camarada Álvaro Cunhal no comício da primeira Festa do Avante! em 1976: «Esta festa do nosso glorioso Avante!, do nosso glorioso Partido, é a maior, a mais extraordinária, a mais fraterna e humana jamais realizada no nosso País.»

Uma festa que, como seria de esperar, neste clima de intensa luta de classes, para uns – os trabalhadores e o povo – é um exaltante motivo de alegria e de orgulho, determinação e confiança e, para outros, – os executantes da política de direita, PS, PSD e CDS e o grande capital que os comanda – é motivo de intrigas, ódios, ataques e perseguições por saberem que a Festa do Avante! continua a ser a maior realização político-cultural e de massas do País e uma grande demonstração da capacidade de organização e realização do Partido Comunista Português.

Uma Festa capaz de mobilizar este gigantesco esforço colectivo traduzido em dezenas de milhares de horas de trabalho: na divulgação, construção, venda da EP, funcionamento dos espaços, que envolveu milhares de camaradas e amigos.

Saúdo, pois, os construtores da Festa, os milhares de camaradas e amigos que, em jornadas de trabalho voluntário, a ergueram. E também os que a fizeram funcionar, nestes três dias, num ambiente de convívio, amizade e camaradagem só possível de encontrar em quem fez de Abril os seus valores e não os deixa esmorecer.

Saúdo todos os visitantes da Festa, os militantes do PCP e da JCP, os nossos aliados na CDU, membros de outras forças políticas, cidadãos sem filiação partidária, democratas e patriotas que aqui vieram e certamente hão-de voltar.

Saúdo, em particular, os milhares de jovens que aqui vieram e que com a sua presença, a sua alegria de viver e de lutar, a sua capacidade de sonhar, de criar e transformar, a sua generosa participação, fazem desta Festa a festa da juventude, a festa do futuro.

Daqui dirigimos uma saudação e um agradecimento às diversas entidades públicas e privadas que, com o seu apoio, contribuíram para o funcionamento e o êxito da Festa. Saudamos e agradecemos o apoio que nos deram a Fertagus e Sul Fertagus, Transportes Sul do Tejo, Venamar, Amarsul, Simarsul, Amora Futebol Clube, Centenas de Associações, Colectividades e Federações Desportivas, Núcleo de Física do Instituto Superior Técnico, Federação Distrital de Bombeiros e Corporações de Bombeiros Mistos do Concelho do Seixal, Bombeiros Mistos da Amora, Bombeiros Voluntários de Cacilhas, Trafaria, Sesimbra, Sul e Sueste e Salvação Pública do Barreiro, Guarda Nacional Republicana e Polícia de Segurança Publica, juntas de freguesia de Amora, Corroios, Fernão Ferro, Laranjeiro, entre muitas outras, a Associação de Municípios da Região de Setúbal, Câmara Municipal de Lisboa e câmaras municipais da Península de Setúbal, e de forma particular, a Câmara Municipal do Seixal. Uma saudação amiga também para a população da Amora e para os vizinhos da Festa.

E, claro, uma saudação muito especial para os nossos convidados estrangeiros, camaradas e companheiros de luta que, em representação de partidos comunistas e outras organizações progressistas, nos trouxeram com a sua solidariedade internacionalista notícias das lutas travadas pelos seus militantes e pelos seus povos – camaradas e companheiros de luta vindos da: Alemanha, Angola, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, República Checa, Chile, China, Chipre, Colômbia, Coreia, Cuba que nos honrou com uma delegação de que faz parte René Gonzalez, um dos cinco patriotas cubanos encarcerados nas prisões dos EUA por defender a sua pátria, a quem dirigimos as nossas mais calorosas saudações, desejando e lutando pela pronta libertação dos três patriotas cubanos que ainda se encontram detidos nas prisões norte-americanas –, Dinamarca, Espanha, EUA, França, Grécia, Guiana, Guiné-Bissau, Holanda, Índia, Irão, Irlanda, Itália, Japão, Laos, Líbano, Marrocos, Moçambique, Nicarágua, Palestina, Peru, Reino Unido, Rússia, Sahara Ocidental, Timor Leste, Turquia e Vietname.

A todos estes camaradas e companheiros de luta – e aos muitos que não podendo estar presentes nos enviaram saudações – manifestamos a solidariedade dos comunistas portugueses com as lutas que travam nos seus países.

Daqui saímos, como sempre, mais fortes para a luta. Mas este ano, em que comemoramos os 40 anos da Revolução de Abril, com redobradas energias para os muitos combates que temos pela frente.

Sem esquecer que na primeira linha desses combates está o reforço do Partido (e, nesse reforço, a difusão, divulgação e venda do Avante! e de O Militante): Um PCP mais forte para melhor intervir com os trabalhadores, com o povo por um Portugal com futuro, de justiça social e progresso, um país soberano e independente.

O ideal, o projecto e os valores dos comunistas e do seu Partido aqui estão, mais uma vez, em viva e poderosa afirmação. Estão e estarão, norteando o caminho que, em festa e em luta/em luta e em festa, com os trabalhadores e o povo, continuaremos a trilhar.

Para grande desencanto dos poderes e da ideologia dominantes, reafirmamos com determinação e confiança: nos próximos anos, voltaremos, com mais espaço e mais festa, e um futuro com Abril.




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